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quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Cama


E naquela cama cheia de amor antigo
sufocada pelos rumores vividos
na época que o coração já não tras mais


Senti o vazio me percorrer
ao sentir tua pele na minha passar
E teu cheiro não me fez parar respirar
não, não mais.

Aquele beijo que tanto me arrancou suspiros
agora me faz querer selar os lábios com todo sentido
Num segredo de que um dia o meu intimo foi teu.

Teu prazer que um dia foi meu
não passar de desejo do corpo
que já me pertenceu

Não me sinto,
não o vejo,
não te toco,
não mais,
não mais que desejo.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Os lugares se chamam você..


Passei naquela rua e senti o teu cheiro, não o teu cheiro normal,foi cheiro daquele primeiro encontro.Aquela loja lembra? Eu passei por ela e veio uma vontade de comprar as palavras que você me disse um dia.É incrivel como eu tento te procurar em qualquer coisa, como nos rostos das pessoas no meio da rua a esperança que você seja um deles.Até as lojas de tecido tem o cheiro da tua roupa, as lojas de perfume só vendem o teu. Não quero mais sobreviver de procuras tolas, tentando te encontrar de alguma forma desesperada,querendo motivos em qualquer lugar.
Não tenho mais alma e minha dor parece ter tomado conta do meu corpo,quero me sufocar com um travisseiro todas as noites e gritar desesperadamente.Quero ficar longe,quero minha razão,quero ser indiferente a você nem que seja só uma vez.Não me entrego, não posso,não quero, não desejo,não sinto, não amor,não posso amar desse jeito.Queria te colocar no meu braço e te consolar como eu sempre fazia,queria ter você do meu lado pra te colocar no meu peito e te acolher nele daquele jeito que eu fazia com todo o calor que existe em meu corpo. Me reprimo,revolto e choro.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011


Gosto de assistir desenhos de sábado de manha, eu ainda assisto, mas me pergunto por que assisto... Deve ser por que eu ainda gosto e parece criança falar que gosto. Será que num é mais criança dizer que num gosta de algo que você realmente gosta¿ Num é pior mentir pra si mesmo¿ Qual o problema de dizer que gosta de algo¿ Qual o medo de dizer que gosta¿ Eu andava de bicicleta, é andava. Eu gostava de ter o vento no rosto e ter a sensação de ser livre, da boca pegando ar, da pele com o vento pegava, tudo parecia tão boom. Eu caia quando andava, eu lembro e corria pra casa chorando com o braço ardendo do asfalto dizendo: “Eu nunca mais vou andar de bicicleta” e meia hora depois já estava lá com o mertiolate passado no arranhão, um sorriso no rosto e com o pé na bicicleta de rodinha. Naquela época eu não tinha medo de cair, de ser radical de dizer: “NUNCA MAIS” parecia que aquela bicicleta sempre ia me querer de volta, e ela me queria, sempre, mesmo eu dizendo:” NUNCA MAIS”. Depois eu a deixei de andar de bicicleta e a deixei ali, jogada no canto, esquecida, num banheiro de uma casa em reforma, deixei cair às rodas que a andavam, o guidom que a direcionava, por que eu sabia que se eu a montasse ela ia me deixar montar nela e voltaria pra mim depois de uma bela pintura e uma boa reforma, mas eu não a quis mais, troquei a sensação de liberdade pela de ser presa dentro de um carro com o vidro fumê e um ar condicionado que imita um vendo frio artificial. Fui deixando, fui deixando de ter a sensação de ser livre sem medo de cair, sem medo de me levantar, sem medo de me decepcionar, sem medo. Quando se é criança parece que se é o Peter Pan, que nunca mais vai crescer e ser menino pra sempre. Queria ser menina pra sempre, queria não crescer, ser sempre criança. Queria correr pela fazenda dos meus tios e rolar na grama como eu fazia ai que gostoso a sensação do chão na tua pele e tua pele roçando no chão, uma troca de energia que eu não sei descrever... Queria rolar na grama e o chão não sair de mim nem com sabão, queria me sujar sem ter que pensar que mais tarde vou lavar a roupa suja, querer me sujar, quero me sujar, quero me sujar, quero-me lamelar, quero me sujar, quero me enlamear, quero me limpar pra me sujar mais forte.