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quarta-feira, 30 de novembro de 2011

O verbo despir.


Pego meu celular e disco os numeros,
Espero, ouço, choro e desligo.
Vou no guarda roupa e me dispo,
me olho,repito,comigo,me visto.

Ando querendo correr,
Espero um grito,paro e respiro.
Escondo e finjo.
O coração aperta,choro outra vez.
Trazendo sempre as mesmas noticias,
Saudades,sem nenhuma novidade.


Espero, não sinto, não ligo.
De novo? Insisto.
Em que? Não sei.
Espero, por que?
Pra onde? Não sei.


minha linda Amélie participou desse.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Um dose, por favor.


E eu fico aqui,
sentada naquele banco de madeira
cheio de rabiscos feitos a gilete que nossas mãos contornaram.
Eu posso até apagar esses rasgos da lamina.
Vou apagar aquelas fotos e queimar junto com teu cheiro,
pegar as cartas e dar pro remetente.

E a memória não me falha,
indo contra a tudo que desejo.
Se o que de fato agora quero
é a cabeça que me guia
enquanto o coração sofre em silêncio
de saudade e melancolia.


Toquei meus lábios,Lembrei do gosto do teu,
Gosto de droga fundindo com o meu.
Minhas unhas ainda tem restos das peles que você deixou em mim...
Sufoquei cada segundo como se nada acontecesse,sou forte.



Me dá mais um dose de mentira?
Eu quero só mais uma dose amor e eu vou embora.
Quero só mais uma tarde contigo na cama.
Pode ser com eu te amo misturado,
uma dose de nunca vou te deixar,
e um enfeite de só existe você pra mim.
Não tem problema, eu espero misturar.
Vou beber tudo de uma vez, prometo

quinta-feira, 17 de novembro de 2011


Naquele chão de pedra coberto de areia, eu vi os teus que ali passaram e eu passei por cima
deles apagando suas pegadas, apagando a tua ausencia, respirando de raiva e de vontade de não te querer.Eu sei que eu ainda nao apaguei as lembranças, que eu não apaguei a vida marcada que você deixou,mas as lembranças são esquicidas pelo vão da vida que me levou e pela correnteza que me puxou. Aquele chão que eu caminho sozinha, eu vou encontrar o meu caminho sem tuas pegadas ao meu lado. Vou desvencilhando o destino procurando o motivo para caminhar.

sábado, 5 de novembro de 2011


Olha, eu sei que o barco tá furado e sei que você também sabe, mas queria te dizer pra não parar de remar, porque te ver remando me dá vontade de não querer parar também.Tá me entendendo? Eu sei que sim. Eu entro nesse barco, é só me pedir. Nem precisa de jeito certo, só dizer e eu vou. Faz tempo que quero ingressar nessa viagem, mas pra isso preciso saber se você vai também. Porque sozinha, não vou. Não tem como remar sozinha, eu ficaria girando em torno de mim mesma. Mas olha, eu só entro nesse barco se você prometer remar também! Eu abandono tudo, história, passado, cicatrizes. Mudo o visual, deixo o cabelo crescer, começo a comer direito, vou todo dia pra academia. Mas você tem que prometer que vai remar também, com vontade! Eu começo a ler sobre política, futebol, ficção científica. Aprendo a pescar, se precisar. Mas você tem que remar também. Eu desisto fácil, você sabe. E talvez essa viagem não dure mais do que alguns minutos, mas eu entro nesse barco, é só me pedir. Perco o medo de dirigir só pra atravessar o mundo pra te ver todo dia. Mas você tem que me prometer que vai remar junto comigo. Mesmo se esse barco estiver furado eu vou, basta me pedir. Mas a gente tem que afundar junto e descobrir que é possível nadar junto. Eu te ensino a nadar, juro! Mas você tem que me prometer que vai tentar, que vai se esforçar, que vai remar enquanto for preciso, enquanto tiver forças! Você tem que me prometer que essa viagem não vai ser a toa, que vale a pena. Que por você vale a pena. Que por nós vale a pena.
Remar.
Re-amar.
Amar

Caio Fernando Abreu.